ÍNDIA 1 Amor à Índia

A Índia tem sido percurso quase obrigatório na carreira de inúmeros fotógrafos humanistas e uma espécie de fonte inesgotável de valores metafísicos para aqueles que buscam o amadurecimento espiritual, o autoconhecimento e a compreensão da verdadeira razão da nossa existência.
Em 1997, no aeroporto de New Delhi, respirei pela primeira vez o cheiro adocicado que impregnava aquela madrugada de Novembro. Regressei à Índia diversas vezes e, durante meses, debrucei-me sobre a alma de um país que, apesar das suas heterogeneidades sociais, ostenta o título de "maior património espiritual do planeta".
As fotografias, legendas e textos respectivos aos ensaios ÍNDIA 1 e ÍNDIA 2, aqui postados, representam parte do livro Índia Quantos Olhos tem uma Alma, projeto este publicado na Europa em 2000 e acolhedor de duas premiações: o Prêmio Máximo da II Bienal Internacional de Fotografia da Cidade de Curitiba e a Gold Medal (Medalha de Ouro) atribuída pela Society for News Designer, EUA.

Apresentada em capa dura, a obra é composta de 115 páginas, 61 fotografias em preto e branco, legendas e poesias de Mahatma Gandhi, Gilberto Gil, Yogananda e Bhagavad Gita. Aos interessados na aquisição, a mesma poderá ser feita através do site da Livraria Cultura ( www.livrariacultura.com.br ).

Aos visitantes, a minha sincera gratidão e a promessa de que este projeto BLOG estará sempre alimentado por novas imagens e textos.

Com fraternura, Marcelo Buainain


KUMBHA MELA


Na Índia, os rios são equiparados às divindades, sendo o Ganges o mais sagrado de todos. Banhar-se em suas águas é sinônimo de purificação e limpeza do karma, garantia de um bom renascimento. Aos oito anos, esta criança da casta Brâmane recebe o cordão janoi, simbolismo do nascimento espiritual. O corte de cabelo representa a humildade e o desapego da aparência física.



A iluminação é o real propósito da vida. Os hindus praticam uma série de rituais de devoção, entre os quais a peregrinação a lugares sagrados. Nas águas do Ganges, uma devota hindu no ritual diário de purificação.




Atingir a iluminação requer práticas de austeridade, renúncia às castas e ao mundo material. Como prova de transcendência da sexualidade e desapego da matéria, o anão torce o próprio pênis.



Na Índia todo ato é divinizado. Comer, beber, banhar-se, atender ao próximo, sempre são oportunidades de servir à Deus, de reconhecer a natureza divina de todas as coisas . O simples gesto de ingerir água é visualizado como purificação do corpo, sacralizando-o como templo do espírito.



Local: Índia/Kumbha Mela, Haridwar 1998 / Livro "Índia Quantos Olhos tem uma Alma"


SIKHS - GUERREIROS DE DEUS

A comunidade sikh foi obrigada a constituir uma tradição militar para combater a tirania e as injustiças contra a sua crença. O uso do Kirpân é autorizado pela Constituição indiana e não representa apenas uma arma, antes de tudo é um símbolo de liberdade e soberania. (1999)



Em Abril de 1999, milhões de peregrinos sikhs, de vários lugares do mundo, deslocaram-se à cidade de Anandpur, Estado do Punjab, para a comemoração dos 300 anos da fundação da ordem Khalsa.


O templo dos sikhs é denominado Gurdwara. No seu interior desenrola-se a vida religiosa e meditativa dos fiéis. Ao contrário dos hindus, não praticam a idolatria de imagens. O que confere sacralidade ao templo é a presença do livro Granth Sâhib. (1999)




Das grandes religiões, o Sikhismo é a mais recente e que conferiu à mulher igualdade em relação ao homem. Na cidade de Anandpur, Punjab, uma norte-americana convertida ao Sikhismo lê o livro sagrado dos sikhs, o Granth Sâhib. (1999)


Num acto de respeito e purificação, sob orientação da mãe, uma criança banha-se na piscina do templo de New Delhi. (1998)



"Servir a Deus é servir ao próximo". Com base neste pensamento, os sikhs prestam inúmeros serviços sociais às pessoas, independentemente de castas ou crenças. Na cozinha comunitária de um templo sikh, homens e mulheres preparam a comida sagrada para alimentar milhares de peregrinos. (1997)




O uso do turbante. Um ritual diário entre os sikhs que requer paciência e técnica.



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